Vivemos em um período de globalização, um fenômeno capitalista e complexo que começou na era dos descobrimentos e que se desenvolveu a partir da Revolução Industrial, assim, em decorrência destas transformações, o que era verdade ontem pode não ser mais hoje e portanto o professor atual deve estar antenado e sempre buscando aprender mais e aproximar-se do cotidiano de seu aluno, sabe-se que a educação: “é um processo anterior e muito mais amplo do que aquele desenvolvido na escola”. A educação como Maria do Rosário Silveira Porto in Função Social da Escola(p.36)
Conforme PORTO cita, é preciso que o professor resgate o conhecimento prévio de cada aluno, é importante que o educador realize “[...]a mediação entre os conteúdos e os alunos, e entre estes e o mundo social adulto, na medida em que trata tais conteúdos como resultado da intervenção humana e os situa histórica e socialmente.” Essas são algumas características da pedagogia progressista conhecida também como libertadora defendida por Paulo Freire, que como diz: “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua produção ou sua construção”. (Pedagogia da Autonomia, p.22).
Vemos algumas dessas “possibilidades” que o professor realiza para ensinar quando assistimos ao documentário Ser e Ter (2002) que relata o cotidiano de um professor em uma sala de aula com turmas multisseriadas e, apesar da diferença etária, a serenidade do professor e a influência da família criam um ambiente lúdico, em que cada criança constrói seu próprio conhecimento frente às atividades curriculares que extrapolam os limites da sala de aula. Essa escola nos mostra que a educação depende também da criatividade do professor, que é uma importante maneira de possibilitar a produção de construção do conhecimento ao aluno.
No entanto, muitos educadores queixam-se quando a educação brasileira é comparada a outra educação como esta escola na França por exemplo, um país que está culturalmente séculos a nossa frente. Isso porque a História Educacional Brasileira possuí várias rupturas marcantes e mesmo assim como cita Luiz de Paiva Bello in Educação no Brasil: a História das rupturas(2001) a educação brasileira não evoluiu muito no que se refere à questão da qualidade, tendo até hoje as mesmas características impostas em todos os países do mundo, que é a de manter o “status quo”.
Além dessas características, a educação atual possui vários reflexos dessas rupturas, como por exemplo, quando os jesuítas chegaram no território do Brasil travando a primeira grande ruptura e trouxeram com eles além da moral, costumes, religiosidade européia seus métodos pedagógicos como o Ratio Studiorum, que era um conjunto de normas criado para regulamentar o ensino nos colégios jesuíticos e possuía regras severas de punição.
Vemos que ideia de punição diretamente ligada a educação está na mentalidade das pessoas. O vestibular criado nos “Anos de Chumbo” também persiste nos dias atuais, que foi criado com o intuito de “eliminar” artificialmente os candidatos excedentes, como citam os autores Thiago Pelegrini e Mário Luiz Neves de Azevedo. A crença de que uma formação universitária como um canal de ascensão social persiste até hoje, além do MOBRAL, EJA, LDB, PROVÃO, que são heranças deixadas pela ditadura.
Vemos então, que a Educação brasileira, como Bello cita, merece ser implantada sendo “um modelo que seja único, que atenda às necessidades de nossa população e que seja eficaz”, bem como considero que é importante para os futuros educadores assistir à filmes como Ser e Ter, Sociedade dos poetas mortos, Escritores da liberdade pois estes nos inspiram a acreditar na educação, bem como, refletir para que possamos buscar uma solução para a atual situação do Sistema Educacional para que, com isso, não nos tornemos professores assujeitados pelo sistema.
Bibliografia:
BELLO, José Luiz de Paiva. Educação no Brasil: a História das rupturas. 2001.
PELEGRINI, Thiago e AZEVEDO, Mário Luiz Neves de A Educação nos anos de chumbo: a Política Educacional ambicionada pela “Utopia Autoritária” (1964-1975).
PORTO, Maria do Rosário Silveira Escola Brasileira- Temas e Estudos.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia.
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