O Doutor em História, Ciro
Framarion S. Cardoso em sua obra ``O Trabalho na América Latina Colonial`` nos
mostra dois tipos de colonização na América Ibérica.
Estes possuíam como pontos em
comum o tamanho das terras, que eram grandes propriedades e o financiamento feito
pela Igreja Católica . No entanto possuíam mais diferenças do que semelhanças.
O tipo de mercado é uma delas,
já que a Hacienda espanhola visava predominantemente o mercado local que pode
ser tanto regional, entre zonas de uma mesma colônia e quando muito pode ser
intercolonial. Já o Latifúndio português tinha vinculação com o mercado
internacional, de exportação continental que fazia parte do sistema econômico
do Antigo Regime.
As colônias espanholas tinham
como produção predominante a pluralidade de culturas conforme as necessidades
da região. Algumas Haciendas em exceção ao sul da América Espanhola, devido ao seu
clima, produzia apenas trigo. Em contraponto a estrutura espanhola o latifúndio
português voltava a suas atenções à monocultura de produtos que atendiam aos
interesses metropolitanos. Geralmente a cana-de-açúcar e o tabaco foram
predominantes em terras brasileiras.
Outra diferença é a mão de
obra. A América espanhola permaneceu com o trabalho dado em tributo, o trabalho
indígena foi predominante e não houve custo para o proprietário da Hacienda,
apenas tinha a função de evangelização do índio. Esse trabalho não era
considerado escravo pois a Igreja Católica não aceitava a escravização do
índio. Já na América portuguesa
ganhava-se a posse da terra, mas os proprietários tinham que arcar com os
custos do escravo (compra e manutenção). Esse modelo português escravista fez
fomentar um mercado muito lucrativo baseado no ``Trato dos Viventes``.
Desta forma, vemos que a
Hacienda tinha um custo de instalação muito menor do que o Latifúndio
português, muito devido ao tipo de mão de obra. Um escravo negro custava o salário
de dez meses de um índio na América Espanhola.
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