quinta-feira, 7 de março de 2013

Diferenças entre a Hacienda da colonização espanhola e o Latifúndio da colonização portuguesa


O Doutor em História, Ciro Framarion S. Cardoso em sua obra ``O Trabalho na América Latina Colonial`` nos mostra dois tipos de colonização na América Ibérica.
Estes possuíam como pontos em comum o tamanho das terras, que eram grandes propriedades e o financiamento feito pela Igreja Católica . No entanto possuíam mais diferenças do que semelhanças.
O tipo de mercado é uma delas, já que a Hacienda espanhola visava predominantemente o mercado local que pode ser tanto regional, entre zonas de uma mesma colônia e quando muito pode ser intercolonial. Já o Latifúndio português tinha vinculação com o mercado internacional, de exportação continental que fazia parte do sistema econômico do Antigo Regime.
As colônias espanholas tinham como produção predominante a pluralidade de culturas conforme as necessidades da região. Algumas Haciendas em exceção ao sul da América Espanhola, devido ao seu clima, produzia apenas trigo. Em contraponto a estrutura espanhola o latifúndio português voltava a suas atenções à monocultura de produtos que atendiam aos interesses metropolitanos. Geralmente a cana-de-açúcar e o tabaco foram predominantes em terras brasileiras.
Outra diferença é a mão de obra. A América espanhola permaneceu com o trabalho dado em tributo, o trabalho indígena foi predominante e não houve custo para o proprietário da Hacienda, apenas tinha a função de evangelização do índio. Esse trabalho não era considerado escravo pois a Igreja Católica não aceitava a escravização do índio.  Já na América portuguesa ganhava-se a posse da terra, mas os proprietários tinham que arcar com os custos do escravo (compra e manutenção). Esse modelo português escravista fez fomentar um mercado muito lucrativo baseado no ``Trato dos Viventes``.
Desta forma, vemos que a Hacienda tinha um custo de instalação muito menor do que o Latifúndio português, muito devido ao tipo de mão de obra. Um escravo negro custava o salário de dez meses de um índio na América Espanhola.


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