As Reformas Bourbônicas foram uma série de medidas administrativas,
políticas e econômicas que tinham por objetivo reformar o sistema colonial espanhol.
Tais medidas foram trabalhadas por Leslie Bethell em sua obra História da
América Latina: Da Independência a 1870.
A primeira medida que o autor
cita foi a mudança de relações entre os principais grupos de poder. A
administração que antes da Reforma Bourbônica era centrada em três pilares, no
caso: grupos de administração, a Igreja e a elite local foi rompido a partir do
momento que o absolutismo esclarecido ampliou a função do Estado e como
consequência trouxe prejuízo para o poder privado além de afastar a classe
governante local.
Observa-se que, com a ruptura
de tais relações, a política dos Bourbons tentou instaurar novos métodos de
governo afinal criaram novos vice-reinados e outras atividades administrativas,
nomearam novos funcionários, os intendentes com o intuito de abolir: ``todo o
sistema no interesse de uma administração racional e humana`` (p. 4), no
entanto tais medidas foram interpretadas pelas elites locais como um ataque aos
interesses locais.
Outra medida das Reformas
Bourbônicas, que teve um impacto enorme na sociedade foi o confronto com o
poder religioso afinal à medida que os
Bourbouns conseguem fortalecer sua administração acabam por enfraquecer
o poder da Igreja. Isso ocorre pelo fato da Igreja ser detentora de muito poder
e privilégios, algo que as Reformas Bourbônicas almejavam combater, afinal como
afirmou o Conde de Campomanes: ``Todo privilégio é odioso``
E foi nessa mentalidade do
Conde que os Bourbons trilharam seu governo. O ápice da revolta do clero foi o
consfisco da Igreja, além da expulsão dos jesuítas das colônias. Tais medidas
fizeram com que o clero reagisse e colocasse a Igreja em alerta já que, depois
de ter se sentido injustiçada expos a ``corrupção dos funcionários espanhóis no
México e o mal uso do dinheiro mexicano na Espanha``. Tais medidas do clero fizeram com que muitos
proprietários mudassem seu olhar do governo, o vendo a partir de agora com
grande desconfiança.
No entanto não foi apenas a
Igreja que sofreu consequências das Reformas Bourbonicas, a população também
sentiu seus impactos. A partir de 1750, a coroa decidiu aumentar sua renda e
para isso forçou as economias locais a trabalhar diretamente para a ela. O
monopólio sobre um numero crescente de mercadorias e a os impostos crescentes
fizeram encarecer o custo de vida da população.
Tal governo monopolizador criou revolta e indignação à população.
Para conter temporariamente
tais grupos que estavam insatisfeitos com tal política foram criados unidades
de exército regular, formados em grande parte por negros e mulattos. No
entanto, todas atitudes que os Bourbons realizaram para assegurar seu poder
foram interrompidas pelo impacto da Revolução Francesa.
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