Esses avanços e contradições são constantemente
discutidos por diferentes pesquisadores, nos permitindo entender a educação por
um outro viéis. Isso porque, com a ajuda de tais pesquisas conseguimos sair da
superfície de nossas discussões e adentarmos em um conhecimento mais
aprofundado sobre o tão polêmico tema que é a educação.
Muitas são as pesquisas realizadas sobre o
quadro educacional, e quando as analisamos percebemos que houve uma expressiva
elevação no nível de escolaridade da população, fundamentalmente até o
nono ano. Fato decorrente de um complexo
sistema de políticas públicas.
Entretanto, tal avanço carrega consigo uma contradição.
Isso porque mesmo que o desafio de colocar as crianças e adolescentes na escola
tenham sido superados, tal fato não mede a qualidade de ensino desses que
frequentam a escola. Segundo Barreto mesmo com uma melhora nos índices: ”o
nível de escolarização da população brasileira continua extremamente baixo” (p.
301).
Tal afirmação vem de encontro com o relatório
de 2012 da Pnad que mostra que a sétima economia do mundo, tem 12,9 milhões de
pessoas analfabetas e 30,5 milhões de analfabetos funcionais - pessoas que não
conseguem interpretar um texto. O número é equivalente a 20,4% da população do
país.
Estes índices mostram um dos grandes desafios
que rodeiam a vida dos profissionais da educação. Isso porque, em muitos casos
o professor defronta-se com situações que não sabe lidar, como é o caso de
encontrar alunos dos anos finais do Ensino Fundamental que não entendem o que
leem ou até que não leem formalmente.
Existem projetos: “”que visão o aumento da
produtividade interna no sistema, atuando preferencialmente sobre os
profissionais da rede escolar ” (BARRETO, p. 308) e se fossem bem formulados
representariam um avanço expressivo para nossa educação entretanto não têm demostrado uma capacidade
de superar o quadro de desempenho do aluno.
Talvez
isso ocorra pelo fato de tais projetos não se preocuparem com a
realidade, como por exemplo o fato de existir um número expressivo de alunos
analfabetos, mas sim, utilizarem de premissas como: o aluno deve saber ler e
escrever até o final do 5o ano do Ensino Fundamental – ciclo I para
formular tais projetos e cursos.
Essa falta de atenção com a realidade
educacional, acaba afastando muitos profissionais da educação que, perplexos de
presenciar tanto descaso com a realidade e até com eles mesmos acabam deixando
a rede pública para tentarem um retorno financeiro melhor nas escolas privadas.
Com isso observa-se que, mesmo com iniciativas
muitas vezes tendenciosas do governo, tentando mostrar que a educação têm
melhorado, ou melhor avançado, aqueles que estão na rede também possuem muitos
argumentos assim como tais pesquisadores, para desmarcar tal faceta.
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